Não basta ser soldado: é preciso ser um lutador
de Carlos Eduardo Félix
João era capitão da Marinha Brasileira, um homem de olhar meigo, simples em suas atitudes e manso em suas palavras. Era um bom pai, um bom esposo e um bom capitão.
Certo dia, João foi encarregado de uma missão, algo que era freqüente em sua vida, pois o mar era seu campo de trabalho.
Enquanto seu navio era carregado de suprimentos destinados a uma aldeia de índios, João recebia as ordens.
Em pouco tempo já tinha uma mão no leme, olhos no mar, sapatos brilhando, roupas brancas, patentes expostas e uma xícara de café na outra mão.
A noite estava tranqüila: o céu cheio de estrelas e o navio dançava com o balanço do mar. Mas o que João não sabia era que essa tranqüilidade não iria durar muito tempo.
"Entregue-se agora, capitão".
A voz saía do nevoeiro que tomava conta daquela madrugada fria. Piratas eram comuns naquela rota.
"Nunca! Jamais nos entregaremos", gritava a voz que saía de dentro do navio, a voz do capitão João.
A tripulação não era grande e seus jovens marinheiros nunca tinham lutado antes. Mas de uma coisa eles sabiam: não poderiam se entregar. Afinal de contas, quem levaria a comida para a aldeia?
Precisamos ser pessoas como o capitão João, não é verdade?
Somos desafiados todos os dias a desistir da vida, dos planos, dos alvos, dos sonhos e até de Jesus.
Alguns de nós desistem e ficam pelo caminho. Já outros lutam.
Feridos. Machucados. Cansados. Chorando. Mas lutando. Lutam porque sabem que não podem desistir: as vidas esperam pelo alimento que alimentará suas almas.
Lutam porque sabem que seu capitão já passou por essa luta e não desistiu.
Lutam porque mesmo até se achando fracos descobriram que são soldados que lutarão até à morte e nunca morrerão sem lutar.
Da próxima vez que ouvir em seu coração uma voz ordenando que você desista, saiba que a voz que veio de um jovem nazareno no calvário pede para você continuar.
Qual a voz que você vai obedecer, soldado?
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