sábado, maio 26, 2007

DIACONIA

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”. Lc 4.18-19

Hoje em dia, muitos pregam a Cristo como solução de todos os problemas e enfatizam que um encontro com ele traz prosperidade e saúde. É verdade que ele veio trazer consolação, cura e libertação, dar vista aos cegos e entendimento aos simplices; entretanto não somos salvos para prosperar, mas para servir.

Jesus mesmo disse: “... As raposas têm seus covis... mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça "(Mt 8.20; Lc 9.58). O Senhor nos orientou a tomarmos o Seu jugo e aprender Dele, então acharíamos descanso para nossas almas: “Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11.30).

Após Sua tentação no deserto, Jesus voltou para a Galiléia, onde ensinava nas sinagogas e curava os enfermos. Em Nazaré, onde fora criado, foi para a sinagoga no sábado e começou a ler o trecho de Isaías que se cumpria naquele dia: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”. Lc 4.18-19

Logo em seguida, o povo o expulsou da cidade, tentando mata-lo. Depois disso foi a Cafarnaum, onde, também num sábado, na sinagoga, libertou um homem de um demônio. Sua fama corria por toda a circunvizinhança. Foi então para a casa de Simão Pedro, em Betsaida, a leste de Cafarnaum.

Não temos o nome da primeira mulher que, conforme relato de Mateus, Jesus curou. Era apenas “a sogra de Pedro”. Essa senhora, que provavelmente morava com o genro e a filha, estava com febre alta. Aproximando-se o Mestre, tomou-a pela mão, e a febre a deixou. Imediatamente ela se levantou e passou a servi-los. Sua residência veio a ser uma espécie de quartel-general para o Senhor e seus discípulos. Vemo-los retornando várias vezes ao litoral, na Galiléia. Certamente seu lar era acolhedor. Receber doze, treze homens, com freqüência, não era viável numa casa em que os proprietários não fossem hospitaleiros. Anos mais tarde, Paulo comentará que a mulher de Pedro, cujo nome também é uma incógnita acompanhava o marido em suas viagens pastorais e missionárias: “... de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?” (1 Co 9.5).

É provável que a sogra de Pedro continuasse ajudando a propiciar, nos anos seguintes, o refrigério e descanso de que Jesus e seus discípulos precisavam.
As curas que Jesus realizava não tornavam aqueles que as recebiam superiores aos que não haviam sido curados. Do ponto de vista humano, o milagre era para pessoas aflitas, exaustas ou carentes que o procuravam. Na ótica do Senhor, era a confirmação do evangelho do reino que Ele pregava. Em Mateus 9.36-38, há uma descrição da motivação do Mestre:
“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E então se dirigiu a seus discípulos: A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.

A nossa preocupação não deve ser outra a não ser servir. Devemos nos colocar a disposição do Mestre e Senhor, para que nestes dias tão difíceis possamos intensificar o nosso serviço. Nosso objetivo deve ser uma efetiva ação social organizada, de ajuda coerente ao próximo; uma formação diaconal de amor, conforme nos ensina a Palavra de Deus: “E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” (Tg 2.16)

Que o Senhor nos desperte e o seu Santo Espírito nos ajude a abraçar esse grande desafio de Deus para as nossas vidas!

Shalom!
Regina Lopes


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